quinta-feira, 27 de novembro de 2008

disperso

Não se concentra. às vezes se concentra no que quer. ele quer muitas coisas, por isso sempre está desconcentrado. queria abraçar o mundo, que por ser grande não cabe entre seus braços. quem o olha vê a quietude que lhe caracteriza e não percebe que é bastante agitado (por dentro). quando dorme tem muitos sonhos. quando acorda, dificilmente, lembra daquilo que sonhou. talvez, por isso sonhe acordado. ele olha uma estrada que tem que seguir, mas não sabe onde vai parar. anda com uma interrogação na mão (talvez não muito visível), na outra leva uma caixa cheia de possibilidades. acredita que a maioria delas é a gente que cria. ele pensa demais, até naquilo que não se quer. de repente, ele vai longe. e volta. toma sustos. parece atento, mas não é. parece desatento, mas não está. nunca se sabe o que ele percebe. olhando assim, talvez isso funcione até como uma proteção. e isso ele faz. toma cuidados, previne. não conhece a estrada, mas vai porque é assim que tem que ser. ele voa, e voa longe. quer estar em vários lugares ao mesmo tempo. sabe que isso não é possível, o que não lhe impede de tentar. por isso não acredita no impossível, porque tem fé que as coisas possam acontecer. e se acontecerem... (mais uma vez ele vai)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

acertando os ponteiros

o tempo voa. é preciso acompanhá-lo. ou você corre e continua com ele ou fica para trás. sim, isso também é possível. mas aí vão dizer que você é meio retrô. talvez isso possa ser ruim, mas a verdade mesmo é que todo mundo tem seu próprio tempo. é preciso estar em hora consigo mesmo. não importa quanto tempo leve. o fato é que a vida passa... por isso é importante acertarmo rápido os nossos ponteiros. porque verdade seja dita não é bom acordar atrasado!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

a primeira bicicleta...

era o sonho dele. todos os seus amigos já tinham uma. e numa tarde de sábado, ele finalmente foi contemplado. o seu sonho era realizado. meio arranhada, 2ª mão mesmo, cores azul e branco. ela era linda! a bicicleta que ele sempre sonhou. tinha sonhado, mas o seu sonho não mostrava o que acontecia depois... será que ele ia aprender de primeira? ia montar e sair como se já soubesse fazer aquilo por toda a sua vida? ele estava radiante, diria que um tanto afobado. e como se já soubesse pedalar, subiu rápido e deu o primeiro passo. e tão rápido como subiu, caiu. o seu joelho foi o primeiro a entrar em contato com o chão. gritou de dor. seus pais olhavam e riam, mas insistiam para que ele tentasse novamente. ele levantou, com seu joelho todo ralado, subiu na bicicleta, dessa vez com mais cuidado, e tentou mais uma vez. não deu certo. e mais uma vez ele foi ao chão. os seus pais o encorajavam. e ele insistiu. levou várias quedas. e depois de ter seus joelhos, cotovelos ralados, manchado o chão com o vermelho que respingava, ele saiu pedalando. seus pais estavam encantados. ele pedalava olhando para o chão. tinha medo de cair novamente. pedalou até ir de encontro ao muro. trombou, mas saiu sorrindo. era magnífica toda aquela cena. ele parecia não acreditar que havia conseguido. no dia seguinte, foi para a praça acompanhado pelo seu pai. suas pedaladas eram trêmulas. andava em zig zag. tinha medo de cair na frente de todo mundo. mesmo assim ele foi. seu pai estava ali lhe passando segurança. ele sabia que se caísse, teria alguém por perto. hoje ele sabe andar de bicicleta. sabe, também, que nem por isso deixará de levar quedas. ainda mais quando todo dia ele tenta fazer novas manobras que nunca havia ousado realizar. ele sabe que toda vez que cair, esse será o seu maior motivo para levantar. sabe que vai ter sempre alguém ali do lado para incentivá-lo. ele sabe bem o gosto de uma conquista. ele sabe...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ultimamente

nos últimos dias eu tenho pensado demais, mais do que eu queria.
de forma alguma, acho isso algo ruim.
não queria pensar menos.
até gosto de pensar (rsrsrs...)
só não queria pensar no que ando pensando ultimamente...
provavelmente, ninguém quer.

a carona

ele tentava de todas as formas. e tentava porque não é costume seu desistir daquilo em que acredita. e ele acredita na família, no sangue familiar.
ofereceu, então, uma carona.
mais uma tentativa de mostrar que estava ali e que sempre podem contar com ele. e isso era verdade. eu era testemunha viva disso. a verdade é que ele sempre estará lá, pronto pra ajudar. e durante a carona ouvia-se um silêncio ensurdecedor que maltratava a todos nós. era bastante constrangedora aquela situação. na tentativa de amenizar, liguei o som do carro. parecia que o silêncio seria interrompido. parecia. tornava-se insuportável aquele momento, que se arrastava penoso pelos segundos de um tempo doloroso.
a minha tentativa foi vã. a música não escondia o silêncio que crescia entre eles.
enfim, chegamos. bateram a porta e saíram. e nenhuma palavra.
ele tentou. ele tentará. não é costume dele desistir daquilo em que acredita.

domingo, 2 de novembro de 2008

a semente ruim e a árvore dos frutos envenenados

um dia, que eu gostaria não lembrar, lançaram a semente. pensei que ela não fosse vingar. mas ela cresceu assustadoramente. seus galhos retorcidos, finos, como se fossem facas a nos desafiar. o tronco seco e largo. ela cresceu e trouxe frutos. muitos frutos. o aspecto viscoso e sedoso daquele fruto seduziu e logo passaram a ser consumidos. a semente era ruim. infelizmente, foi regada. e seus frutos hoje envenenaram pessoas. tornou-se um vício. os males já podem ser percebidos. uns sofrem mais, outros tentam fingir a dor. eu estou assustado porque não tenho nenhum machado. e por mais que isso seja trágico as raízes foram bem fixadas. o mal foi lançado e não se sabe quais proporções poderá chegar.