quinta-feira, 13 de novembro de 2008

a carona

ele tentava de todas as formas. e tentava porque não é costume seu desistir daquilo em que acredita. e ele acredita na família, no sangue familiar.
ofereceu, então, uma carona.
mais uma tentativa de mostrar que estava ali e que sempre podem contar com ele. e isso era verdade. eu era testemunha viva disso. a verdade é que ele sempre estará lá, pronto pra ajudar. e durante a carona ouvia-se um silêncio ensurdecedor que maltratava a todos nós. era bastante constrangedora aquela situação. na tentativa de amenizar, liguei o som do carro. parecia que o silêncio seria interrompido. parecia. tornava-se insuportável aquele momento, que se arrastava penoso pelos segundos de um tempo doloroso.
a minha tentativa foi vã. a música não escondia o silêncio que crescia entre eles.
enfim, chegamos. bateram a porta e saíram. e nenhuma palavra.
ele tentou. ele tentará. não é costume dele desistir daquilo em que acredita.

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