terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Feliz 2010!!!!

Quando 2009 começou eu não conseguia imaginar nada do que aconteceu. Nada do que aconteceu estava em meus planos. E quando isso acontece, sei lá, dá aquela sensação desconfortante, angustiante e triste. E vem também aquela pergunta: por que? Esse foi um ano atípico. Digo isso, pois acho que esse ano eu insistia em uma auto-flagelação sem fim.
Um convite para ser padrinho em um batismo seguido de um duro golpe na vaidade tão aflorada por mim neste ano....
Um reecontro mágico seguido de uma separação traumática para mim...
e Sucessivos golpes na minha vaidade!
A vida ensina. Foi um ano em que errei demais naquilo que eu não poderia errar, naquilo que é invisível aos olhos, naquilo que é essencial. O meu foco estava errado. Nunca pensei cair em tão profundo desvirtuamento. A vaidade realmente é um dos pecados capitais.
O ano passou por mim.
A minha fé estava abalada.
Porém hoje sei que a sensação de desamparo não era verdadeira.
Por isso agradeço aos meus pais e aos poucos amigos que permiti que me ajudassem (sem eu mesmo saber).
Parei a tempo. Talvez o caminho que estivesse seguindo fosse sem volta.
Parei e tomei um novo rumo.
O caminho que sigo agora é o da felicidade!
Agradeço a Deus por esta nova oportunidade. Espero não decepcionar.
A todos aqueles que me compreenderam durante este ano, meu muito obrigado!
A todos aqueles que não me compreenderam e mesmo assim permaneceram firmes ao meu lado, a minha mais profunda e sincera gratidão!
E àqueles que se afastaram de mim ou dos quais eu me afastei, deixo aqui o meu até logo! Espero que nesse novo ano que se aproxima seja um ano de reconciliação.

"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração".

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Flamengo: penta ou hexa? - Parte I

No meu ultimo post, fiz brincadeiras relacionadas ao campeonato brasileiro deste ano, no qual o Flamengo foi o grande campeão. Acho que é normal quando um time ganha, o outro que perdeu ficar chorando derrota, né?

Obs1: o que não é normal é o São Paulino chorar derrota, já que o São Paulo nessa década se consolidou de vez como o maior clube brasileiro (fato que já era previsto em seu hino: “Dentre os grandes, és o primeiro”.... huahuahuahuahua).

Sou são paulino desde 1992, curiosamente o ano em que o Flamengo havia ganho seu último campeonato brasileiro. Desde então sempre ouvi falar que o Flamengo era pentacampeão brasileiro. Quem nunca ouviu aquele bordão: “Todo mundo tenta, mas só o Flamengo é penta”. Sempre acreditei nisso. Por que duvidar, né? Só o que tempo foi passando... E, mesmo sem querer, a gente vai sempre conhecendo novas coisas, vão aparecendo novas dúvidas.

Lembro que o São Paulo passou 3 anos (1995-1997) sem ganhar nenhum título expressivo, digo assim, pois nesse intervalo ganhou uns torneios sem muita expressividade (tipo Copa dos Campeões Mundiais, alusivo aos clubes brasileiros que já haviam vencido o Mundial Interclubes: Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo), o que não retira o seu significado.

Pois bem, então, nessa época começaram a surgir boatos que o Flamengo não seria o campeão de 1987 e sim o Sport – quem dizia isso eram os meus escassos colegas palmeirenses em resposta aquele bordão flamenguista, pois o Palmeiras já era tetra, assim como o Flamengo. Pensei será?

Nunca tinha ido a fundo na questão, mas após os comentários da minha amiga Beija-Flor fui atrás do que seria a verdade sobre o caso: Flamengo é penta ou hexacampeão brasileiro?

As primeiras respostas não me foram muito animadoras. Descobri que a FIFA considera o Corinthians como campeão mundial em 2000.

Obs2: Pensei, como pode um time que nunca ganhou um título internacional, nunca ganhou uma libertadores, nunca atravessou o Atlântico, nunca foi a Tokyo, ser considerado campeão mundial?

Obs3: Lembro do Mundial em 2000, mas até hoje não entendo os critérios. Se o Palmeiras foi o ultimo campeão da Libertadores (1999) como pode ter sido preterido pelo Corinthians? Mas deixa isso pra lá... a verdade é que o Corinthians foi o campeão. E por mais que chamem aquele mundial de “torneio de férias”, pois fato público e notório que os clubes europeus, que aqui estiveram para tal competição, estavam a passeio; por mais que aquele tenha sido um torneio-piloto, o Corinthians foi o campeão.

A verdade é essa: o Corinthians foi o 1º campeão mundial de clubes da FIFA. E disso todo torcedor corinthiano pode se gabar.

Obs4: Por mais que eu não goste; que eu não considere muito aquele campeonato, pois o Corinthians não ganhou de nenhum time grande (empatou com o Vasco e o Real Madrid, ganhou só de um time da Arábia e um da Ásia – grande coisa, não é?); de a FIFA, mesmo tendo organizado o torneio em 2000, ter considerado, inicialmente, o Boca Juniors como o campeão mundial de 2000 (venceu a Libertadores em 2000 e ganhou o mundial interclubes – Copa Intercontinental Toyota) e ter esquecido do Corinthians (só depois percebeu a gafe e voltou atrás – passando, desde então, a estabelecer essa diferença: Copa Toyota Intercontinental e Copa Mundial de Clubes da Fifa) não tenho como negar que o Corinthians é campeão mundial.

Mas considerando essa nova classificação de torneios, pensei: e o São Paulo deixou de ser trimundial? A resposta, depois de um raciocínio lógico, só poderia ser: Não.

O São Paulo continua sendo o único clube brasileiro tricampeão mundial de clubes, mas agora com uma ressalva: 2 vezes pelo mundial interclubes (Copa Intercontinental Toyota) e 1 vez pelo mundial de clubes da FIFA (que passou a substituir aquela competição). Assim, Santos, Flamengo, Grêmio também não deixaram de ser campeões mundiais, mas para estes se faz a mesma observação que fiz para o São Paulo.

Mas voltando ao nosso caso, chamou a minha atenção o fato de a FIFA considerar o Flamengo como sendo apenas 5 vezes campeão brasileiro (1980, 1982, 1983, 1992 e 2009) e fazer o destaque 1 Copa União (módulo verde – 1987). Minha amiga Beija-flor disse que a FIFA reconhece o Flamengo como Hexacampeão, mas por que essa observação?

Obs5: Pensei: não é que ela está certa! Droga! Assim, o São Paulo não seria o único Hexacampeão brasileiro. Essa classificação da FIFA deve ter adotado critério semelhante ao que aconteceu na elaboração dos campeões mundiais. Assim, a Copa União de 1987 foi mesmo reconhecido pela FIFA como o campeonato brasileiro daquele ano.

O Flamengo foi campeão da Copa União (módulo verde – 1987); mas foi o Sport, campeão da Copa União (módulo amarelo – 1987), que ganhou a vaga da Libertadores de 1988 como sendo o campeão brasileiro de 1987.

Obs6: isso já indica muita coisa sobre quem foi o campeão brasileiro de 1987, mas ainda não significa que o Flamengo não é hexacampeão brasileiro, até porque a FIFA “reconhece” o título do Flamengo, Copa União (módulo verde 1987).

A resposta para a pergunta aqui proposta (Flamengo: penta ou hexa?) só poderia ser respondida se soubéssemos qual o verdadeiro valor dessa Copa União de 1987 e o que representariam esses módulos: verde, amarelo, azul e branco.

Obs7: deixo aqui uma dica sobre o valor desses módulos. Para aqueles que torcem para times do Rio de Janeiro fica fácil compreender. Se o Vasco ganha a Taça Guanabara, isso não significa que ele é o campeão carioca, até porque Flamengo é o maior campeão carioca...

(campeão carioca = Vencedor do jogo Campeão da Taça Guanabara x Campeão da Taça Rio = Campeão das Taças Guanabara e Rio).

Essa história continua...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Coisas do Futebol...

Ah! se o São Paulo tivesse ganho do Goiás... (porque o São Paulo jogou muito, mas o Goiás... ah! o Goiás!!!!)

ah! se o Jean não tivesse pego 3 jogos de suspensão (pena totalmente desproporcional já que foi expulso por ter recebido o 2º cartão amarelo no jogo contra o Grêmio)
Ah! se o Dagoberto não tivesse pego 3 jogos de suspensão...
por que o STJD foi punir tão severamente esses 2 jogadores do São Paulo na reta final do campeonato? (digo isso porque, normalmente, uma expulsão acarreta apenas 1 jogo de suspensão)

OBS1: Obina pegou apenas 2 jogos de suspensão por aquele soco que deu no seu companheiro de time (detalhe: estava emprestado ao Palmeiras. A suspensão já foi cumprida e ano que vem está livre para voltar a jogar pelo Flamengo. Eh!!! pelo Flamengo!)

Ah! se o São Paulo pudesse ter contado com o Jean e o Dagol no jogo contra o Botafogo...
OBS2: acabou o campeonato, aí pegam o Jóbson do Botafogo no antidoping. Disseram que encontraram cocaína. O cara destruiu o São Paulo. Fez 2 gols. Detalhe: será que ele tava ligado no jogo contra o São Paulo? (até que se prove o contrário, ele não estava, né?)

ah! se o juiz não mandasse repetir aquele penalti que o Rogério Ceni defendeu, na 1ª vez, e depois o Pet converteu (vitória do Flamengo sobre o São Paulo)

ah! se a regra que foi usada contra o São Paulo (mandou voltar o penalti, porque o rogério se adiantou e pegou o penalti do Pet) também fosse a mesma pro Flamengo (eh! se fosse a mesma, porque o Bruno no jogo seguinte pegou 2 penaltis do Santos - se adiantou nos 2 - e o juiz não mandou repetir)...

Ah! se o Val Baiano não tivesse sido punido pelo Barueri (disse que recebeu mala branca do Cruzeiro pra ganhar do Flamengo) e tivesse jogado contra o São Paulo e o Internacional...

Ah! se o Palmeiras não tivesse pipocado....
Ah! se alguns jogadores do São Paulo não tivessem boicotado o time para derrubar o Muricy...

Mas é isso mesmo!!!!
Um dia se ganha, outro quase se chega lá!!!
Dessa vez, não deu para o São Paulo. Fica pro ano que vem.

Só me resta parabenizar aos meus amigos flamenguistas.
Parabéns Flamengo, pentacampeão brasileiro e campeão da Copa União de 1987 (módulo amarelo do campeonato brasileiro de 1987)

hehehehehehehe............
"e ninguém cala esse chôrôrô!!! chora o presidente! chora o torcedor!"

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69: Exigência de Curso de Jornalismo e Não-recepção

A Constituição Federal de 1988 não recepcionou o art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, o qual exige o diploma de curso superior de jornalismo, registrado pelo Ministério da Educação, para o exercício da profissão de jornalista. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, deu provimento a recursos extraordinários interpostos pelo Ministério Público Federal e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo - SERTESP contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que concluíra em sentido contrário. Entendeu-se que a norma impugnada seria incompatível com as liberdades de profissão, de expressão e de informação previstas nos artigos 5º, IX e XIII, e 220, da CF, bem como violaria o disposto no art. 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, denominado Pacto de San José da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu em 1992.

Asseverou-se que o tema envolveria a delimitação do âmbito de proteção da liberdade de exercício profissional assegurada pelo art. 5º, XIII, da CF (“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”), assim como a identificação das restrições e conformações legais constitucionalmente permitidas. Afirmou-se que se teria no citado preceito uma inequívoca reserva legal qualificada, ou seja, a Constituição remeteria à lei o estabelecimento das qualificações profissionais como restrições ao livre exercício profissional. Esse modelo de reserva legal qualificada estaria presente nas Constituições anteriores que prescreviam à lei a definição das “condições de capacidade” como condicionantes para o exercício profissional. Considerou-se que, no âmbito desse modelo de reserva legal qualificada, pairaria uma imanente questão constitucional quanto à razoabilidade e proporcionalidade das leis restritivas, especificamente das leis que disciplinam as qualificações profissionais como condicionantes do livre exercício das profissões e salientou-se que a reserva legal fixada pelo art. 5º, XIII, da CF não conferiria ao legislador o poder de restringir o exercício da liberdade a ponto de atingir o seu próprio núcleo essencial. Assim, ressaltou-se que seria preciso verificar se a lei restritiva da liberdade de exercício profissional, ao definir as qualificações profissionais, como autorizado pelo texto constitucional, transbordaria os limites da proporcionalidade, atingindo o próprio núcleo essencial dessa liberdade. Citou-se, a esse respeito, precedentes da Corte (RE 70563/SP, DJU de 22.4.71 e Rp 930/DF, DJU de 2.9.77), e registrou-se que, desde a Rp 930/DF, o Supremo teria firmado orientação no sentido de que as restrições legais à liberdade de exercício profissional somente poderiam ser levadas a efeito no que respeita às qualificações profissionais, devendo ser reputada inconstitucional a restrição legal desproporcional e que violasse o conteúdo essencial daquela liberdade.

Tendo em conta essas ponderações, aduziu-se, relativamente ao inciso V do art. 4º do Decreto-lei 972/69, ser preciso aferir se o exercício da profissão de jornalista exigiria qualificações profissionais e capacidades técnicas específicas e especiais e se, dessa forma, estaria o Estado legitimado constitucionalmente a regulamentar a matéria em defesa do interesse da coletividade. Frisou-se que a doutrina constitucional consideraria que as qualificações profissionais a que se refere o art. 5º, XIII, da CF somente poderiam ser exigidas, pela lei, daquelas profissões que, de alguma forma, poderiam trazer perigo de dano à coletividade ou prejuízos diretos a direitos de terceiros, sem culpa das vítimas, como a medicina e as demais profissões ligadas à área da saúde, a engenharia, a advocacia e a magistratura, dentre outras. Dessa forma, a profissão de jornalista, por não implicar tais riscos, não poderia ser objeto de exigências quanto às condições de capacidade técnica para o seu exercício, sendo que eventuais riscos ou danos efetivos provocados por profissional do jornalismo a terceiros não seriam inerentes à atividade e, dessa forma, não seriam evitáveis pela exigência de um diploma de graduação. Tais entendimentos, que apreenderiam o sentido normativo do art. 5º, XIII, da CF, demonstrariam, portanto, a desproporcionalidade das medidas estatais que visam restringir o livre exercício do jornalismo mediante a exigência de registro em órgão público condicionado à comprovação de formação em curso superior de jornalismo.

Afirmou-se que as violações à honra, à intimidade, à imagem ou a outros direitos da personalidade não constituiriam riscos inerentes ao exercício do jornalismo, mas sim o resultado do exercício abusivo e antiético dessa profissão. Depois de distinguir o jornalismo despreparado do abusivo, destacou-se que o último não estaria limitado aos profissionais despreparados ou que não freqüentaram um curso superior, e que as notícias falaciosas e inverídicas, a calúnia, a injúria e a difamação configurariam um grave desvio de conduta, passível de responsabilidade civil e penal, mas não solucionado na formação técnica do jornalista. No ponto, afastou-se qualquer suposição no sentido de que os cursos de graduação em jornalismo seriam desnecessários após a declaração de não-recepção do art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, bem como se demonstrou a importância desses cursos para o preparo técnico e ético dos profissionais. Apontou-se que o jornalismo seria uma profissão diferenciada por sua estreita vinculação ao pleno exercício das liberdades de expressão e informação, constituindo a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada, razão por que jornalismo e liberdade de expressão não poderiam ser pensadas e tratadas de forma separada. Por isso, a interpretação do art. 5º, XIII, da CF, na hipótese da profissão de jornalista, teria de ser feita, impreterivelmente, em conjunto com os preceitos do art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da CF, os quais asseguram as liberdades de expressão, de informação e de comunicação em geral.

Mencionou-se, também, o que decidido pela Corte no julgamento da ADPF 130/DF (DJE de 12.5.2009), no sentido de que as liberdades de expressão e de informação e, especificamente, a liberdade de imprensa, somente poderiam ser restringidas pela lei em casos excepcionalíssimos, sempre em razão da proteção de outros valores e interesses constitucionais igualmente relevantes, como os direitos à honra, à imagem, à privacidade e à personalidade em geral. Nesse sentido, aduziu-se que o constituinte de 1988 não concebeu a liberdade de expressão como direito absoluto, insuscetível de restrição pelo Judiciário ou pelo Legislativo, mas apenas estabeleceu ser inadmissível que a disciplina legal criasse embaraços à liberdade de informação. Assim, no caso da profissão de jornalista, a interpretação do art. 5º, XIII, em conjunto com os seus incisos IV, IX, XIV e o art. 220, da CF, levaria à conclusão de que a ordem constitucional somente admitiria a definição legal das qualificações profissionais na hipótese em que fossem elas fixadas para proteger, efetivar e reforçar o exercício profissional das liberdades de expressão e de informação por parte dos jornalistas. Disso se perceberia que a exigência de curso superior para a prática do jornalismo não estaria autorizada pela ordem constitucional, por consubstanciar uma restrição, um impedimento, uma verdadeira supressão do pleno, incondicionado e efetivo exercício da liberdade jornalística, expressamente proibido pelo art. 220, § 1º, da CF. Portanto, em se tratando de jornalismo, atividade intimamente ligada às liberdades de expressão e informação, o Estado não estaria legitimado a estabelecer condicionamentos e restrições quanto ao acesso à profissão e ao respectivo exercício profissional.

Ressaltou-se, ademais, que a impossibilidade do estabelecimento de controles estatais sobre a profissão jornalística também levaria à conclusão de que não poderia o Estado criar uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para a fiscalização desse tipo de profissão e que o exercício do poder de polícia do Estado seria vedado nesse campo em que imperam as liberdades de expressão e de informação. Por outro lado, observou-se que a vedação constitucional a qualquer tipo de controle estatal prévio não desprezaria o elevado potencial da atividade jornalística para gerar riscos de danos ou danos efetivos à ordem, segurança, bem-estar da coletividade e a direitos de terceiros. Asseverou-se que, no Estado Democrático de Direito, a proteção da liberdade de imprensa também levaria em conta a proteção contra a própria imprensa, sendo que a Constituição garantiria as liberdades de expressão e de informação sem permitir, entretanto, violações à honra, à intimidade e à dignidade humana. Entendeu-se ser certo que o exercício abusivo do jornalismo ensejaria graves danos individuais e coletivos, mas que seria mais certo ainda que os danos causados pela atividade jornalística não poderiam ser evitados ou controlados por qualquer tipo de medida estatal de índole preventiva. Dessa forma, o abuso da liberdade de expressão não poderia ser objeto de controle prévio, mas de responsabilização civil e penal sempre a posteriori. Em decorrência disso, não haveria razão para se acreditar que a exigência de diploma de curso superior de jornalismo seria medida adequada e eficaz para impedir o exercício abusivo da profissão. Portanto, caracterizada essa exigência como típica forma de controle prévio das liberdades de expressão e de informação, e verificado o embaraço à plena liberdade jornalística, concluir-se-ia que ela não estaria autorizada constitucionalmente.

Diante dessas considerações, julgou-se demonstrada a necessidade de proteção dos jornalistas não apenas em face do Estado, mas dos próprios meios de comunicação, ante seu poder quase incomensurável. Os direitos dos jornalistas, especificamente as garantias quanto ao seu estatuto profissional, deveriam ser assegurados em face do Estado, da imprensa e dos próprios jornalistas, sendo que a exigência de diploma comprovante da formatura em um curso de jornalismo não teria qualquer efeito nesse sentido. Reputou-se que, nesse campo de proteção dos direitos e prerrogativas profissionais dos jornalistas, a autoregulação seria a solução mais consentânea com a ordem constitucional e com as liberdades de expressão e de informação, solução esta aventada pela Corte para o campo da imprensa em geral no julgamento da citada ADPF 130/DF. Dessa forma, seriam os próprios meios de comunicação que deveriam estabelecer os mecanismos de controle quanto à contratação, avaliação, desempenho, conduta ética dos profissionais do jornalismo, podendo as empresas de comunicação estipular critérios de contratação, como a especialidade de determinado campo do conhecimento, e, ainda, a própria exigência de curso superior em jornalismo. Esse tipo de orientação regulatória, ao permitir a autopoiesis do sistema de comunicação social, ofereceria uma maior proteção das liberdades de expressão. Considerou-se que essa seria, portanto, a melhor interpretação dos artigos 5º, IX, XIII, e 220 da CF e a solução mais consentânea com a proteção das liberdades de profissão, de expressão e de informação na ordem constitucional brasileira. Destacou-se que tal interpretação também teria sido acolhida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em 13.11.85, declarou que a obrigatoriedade do diploma universitário e da inscrição em ordem profissional para o exercício da profissão de jornalista violaria o art. 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, que protege a liberdade de expressão em sentido amplo. Acrescentou-se que, nessa mesma linha, tem se manifestado a Organização dos Estados Americanos - OEA, por meio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Por fim, constatou-se que o Decreto-lei 972/69 teria sido editado sob a égide do regime ditatorial instituído pelo Ato Institucional 5/68, restando patente que a exigência de diploma de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão tinha por finalidade afastar dos meios de comunicação intelectuais, políticos e artistas que se opunham ao regime militar, atendendo a outros valores que não estariam mais vigentes em nosso Estado Democrático de Direito. Vencido o Min. Marco Aurélio que desprovia os recursos.
RE 511961/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.6.2009. (RE-511961)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Abrindo o coração

Do filme "Cidade dos Anjos"

- Me diga, e se você soubesse o que aconteceria, teria feito o que fez?
- Prefiro ter sentido seu cabelo uma vez, prefiro ter tocado sua mão uma vez, prefiro ter lhe beijado uma vez, do que passar a eternidade sem isso!

Angel
Gasta todo seu tempo esperando
Por aquela segunda chance,
Por uma oportunidade que deixaria tudo bem
Sempre há um motivo
Para não se sentir bem o suficiente.
E é difícil no fim do dia,
Eu preciso de alguma distração.
Oh, belo descanso
A lembrança vaza das minhas veias...
Deixe-me ficar vazia
E sem peso e talvez
Eu encontrarei alguma paz esta noite.

Nos braços de um anjo,
Voe para longe daqui,
Deste escuro e frio quarto de hotel
E da imensidão que você teme.
Você é arrancado das ruínas
De seu devaneio silencioso.
Você está nos braços de um anjo,
Que você encontre algum conforto lá

Tão cansado da linha reta,
E para todo lugar que você se vira
Existem abutres e ladrões nas suas costas,
E a tempestade continua se retorcendo.
Você continua construindo a mentira
Que você inventa por causa de tudo que você não tem
Não faz nenhuma diferença
Escapar uma última vez.
É mais fácil acreditar nesta doce loucura, oh
Esta gloriosa tristeza que me deixa de joelhos.

Você está nos braços de um anjo.
Que você encontre algum conforto aí.

sábado, 17 de outubro de 2009

Paciência

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

letra: Lenine e Dudu Falcão

domingo, 4 de outubro de 2009

eu bem que podia ser uma metamorfose ambulante (algumas vezes!!!)

Alguém viu com outros olhos a minha teimosia. Ontem me falaram que sou intolerante.
As palavras ainda estão na minha memória. Dizem que o cérebro trabalha mais com o novo, talvez seja por isso que as palavras que me foram proferidas ainda estejam frescas na minha mente:
“Não é que você seja uma má pessoa, muito pelo contrário, as pessoas falam maravilhas de você. Todo mundo gosta muito de ti. Mas é que tem coisas que você faz, você faz naturalmente, e isso acaba magoando as pessoas. E o pior de tudo é que você nem percebe. Isso já é seu, é uma característica sua, já é um ato, diria eu, involuntário. Se você soubesse que era errado fazer o que faz, não faria. Acontece que você não acha errado o que você faz. Você quer sempre ter razão, você acha que sempre tem razão. Às vezes você magoa as pessoas e não percebe. Tudo que você fala, realmente, faz muito sentido. Você tem uma opinião formada sobre tudo, quer dizer, quase tudo. É difícil alguém lhe dobrar. Dificilmente você muda de opinião. Acredito que muita gente já deve ter lhe dito que você é teimoso. E com certeza eu fui uma delas. Mas sabe, às vezes, não é só teimosia, é intolerância. Eu acho você muito teimoso. Você nunca volta atrás em nada. E isso não é bom”.
Sabe, eu adoro quando consigo enxergar por outros olhos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

que calor, hein?

hoje pela manhã estava em uma parada de ônibus.
aqui em Teresina, a gente fica à deriva no meio do sol, que por essas épocas...
estava eu e mais umas três pessoas. quando aparece um quarta pessoa: uma mulher. ela vinha em passos apressados. desmanchava-se em suor. reparou que todos a olhavam e logo falou:
- que calor, hein?
ninguém respondeu nada, nós apenas acenamos com a cabeça concordando. mas ela não estava satisfeita e insistiu:
- a gente quer demais. agora tô aqui reclamando do calor. no início do ano, tava eu reclamando das chuvas. Assim não dá, né? Deus acaba sem saber o que a gente quer. Ele quer ajudar, mas a gente não se decide. Ele bem que podia atender a gente com um meio-termo, nem sol demais, nem chuva, não é?
eu fiquei ali observando. uma pessoa começou a ficar incomodada. outra olhava para o relógio. a última se aproximou e falou:
- é verdade. a gente não sabe o que quer.
mal sabia, que aquele seria o princípio de uma grande revelação.
hoje a gente não para muito pra conversar. sempre estamos correndo. as pessoas estão muito ocupadas consigo mesmas. foi ali que eu vi isso.
depois que a aquela mulher ouviu a resposta, começou a desabafar, ali mesmo, na frente de todos, falando para quem quisesse escutar:
- pois é... eu mesma. eu acabei de me separar. meu marido me traía. não aguentava mais. ele chegava do trabalho sempre mal humorado, não queria mais conversar comigo. até que um dia, desconfiei e contratei um detetive. queria saber se ele tinha outra. a amante dele era uma conhecida de uma prima minha. eles se conheceram em uma festa na casa da minha tia. descobri tudo. meu marido disse que gostava de mim. e como eu ia acreditar nele? que amor era esse? mandei ele embora de casa. durante um bom tempo, ele tentou se reconciliar comigo. pedi a separação. ele tentou, mas eu não cedi. agora a separação finalmente saiu. e eu? eu ainda gosto dele. e tô pensando em voltar pra ele. o que você acha?
aquela mulher contou boa parte da sua vida. ela não conhecia ninguém ali.
isso é surpreendente, né? essa capacidade que as pessoas tem de se abrirem em qualquer lugar, no meio da rua... esses desabafos que a gente ouve por aí...
fiquei me perguntando: quantas revelações, quantos segredos podem estar por trás de um "que calor, hein?"?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mas pode sim, ser sim amado...

A minha ausência se fez presente.
Já faz um bom tempo que me recolhi para tentar resolver algumas pendências.
Esta minha retirada acabou gerando uma ausência: a minha.
Me afastei de tantas pessoas!!!
Não tenho como negar que esta foi uma escolha minha. Fiz e ainda o faço por opção.
Durante todo este tempo em que resolvi ficar só, descobri algo incrível:
Nunca, em nenhum momento estive só.
Deus, minha família, meus amigos, minha namorada, tanta gente que mesmo sem poder ajudar, fizeram questão de se colocarem ao meu lado.
Não falo da presença física, pois desta eu neguei a praticamente todos.
(Confesso que a algumas pessoas concedi privilégios e permitir ser visto)
Falo tudo isso porque eu me senti importante. É incrível essa sensação: saber que outras pessoas sentem a sua falta, que eu sou importante pra tanta gente.
Recebi muitas mensagens, telefonemas, emails. Em todos, estava presente o carinho e o afeto que todos tinham por mim.
Quanta emoção!!!!
Então, neste fim de semana que passou, caiu a ficha.
Como eu sou amado!!! Como sou feliz por estar dizendo isso!!!
Agradeço a todos pelas manifestações de carinho que recebi e recebo.
Que Deus abençoe a todos e que nós possamos ter ainda grandes momentos de presença.
Lembrarei sempre que quando quis ficar só, todos permitiram.
Mas que, também, todos ficaram por perto com os braços abertos a espera do meu retorno.
Obrigado a todos pelo amor!

"É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

para quem entreguei, entrego e entregarei o meu coração...

às vezes a gente entrega o nosso coração para alguém. esse alguém pode cuidar dele ou não. pois bem. um dia eu recebi um coração de papel. ela me entregou e disse que me amava. fiquei muito feliz, mas logo entendi que aquilo era uma grande prova de amizade.
então, um dia fui arrebatado por uma paixão e entreguei meu coração. não era o mesmo que havia recebido. quer dizer era e não era...
peguei uma folha de caderno e fiz um envelope. pedi ajuda de uma colega, que foi fazer a entrega. dias depois me apaixonaria por outra menina. quem poderia imaginar?
mas o fato é que havia entregado o meu coração para outra pessoa. e ninguém poderia duvidar que aquela entrega havia sido verdadeira.
ela nunca me falou nada. eu também não perguntei. ela sabia que eu havia entregue meu coração novamente para outra pessoa.
o tempo passou...
e em uma dessas voltas que o mundo dá, fui surpreendido. nunca me esqueci do coração de papel que havia entregue. mas não poderia imaginar que 10 anos depois ele ainda estivesse vivo...




... ela guardou o meu coração e cuidou dele.
hoje eu sei que ela gostava de mim, mas que não ficaria comigo por isso. hoje sei que ela se apaixonou por mim do mesmo jeito que,um dia, eu me apaixonei por ela.
hoje sabemos que o afeto que tinhamos um pelo outro ainda permanece.
e hoje eu sou mais feliz porque tive a prova de que sempre entreguei meu coração para as pessoas certas.

sábado, 1 de agosto de 2009

minha alma está leve...
meu corpo parece flutuar...
venham comigo!
eu quero voar!!!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

no meu casulo...

já faz tempo que não vejo a luz do sol. resolvi ficar trancado no meu quarto por esses dias. um plano audacioso a que tenho me dedicado, que vem me exigindo muito. agora, que escrevo estas palavras, me revelo cansado. e então vejo como venho sendo fraco. faz poucos meses a que venho bolando estratagemas de guerra com o intuito de uma vitória que, se Deus quiser, logo vai chegar.
o fato é que meus pés estão mais brancos que neve. culpa do sol que não entra no meu quarto. bem que eu avisei a minha mãe para não fazer essa varanda, na janela do meu quarto, porque assim não teria sol para clarear este meu canto. mas deixa pra lá.
hoje, mais uma vez, não sai de casa... e também não vi o sol.
olhando pra trás, lembro que ano passado uma hora dessas estava no mundo, via o sol...
hoje eu não sai de casa e não conheci ninguém...
quem me dera ser uma planta, não sai do lugar e transformar luz em ar!
mas se não é assim, então, que eu seja uma lagarta no casulo prestes a virar borboleta.

P.S.: um fato curioso é que a borboleta não pode ser ajudada na saída do casulo, pois uma vez ajudada ela jamais poderá voar. Concluiu-se que a borboleta precisa sair do casulo sozinha, pois é através deste esforço que ela faz com que o fluído vital chegue ao extremo das suas asas, permitindo que ela possa voar.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

feliz dia do amigo!

ontem a noite encontrei um amigo de infância. a vida nos deu rumos diferentes.
ele estava lá, meio bêbado, um pouco sujo... eu estava com meus primos, minha namorada...
fui ao seu encontro e lhe dei um abraço. era só isso que ele queria. queria pouco.
queria apenas que eu demonstrasse que eu não o havia esquecido.
ainda naquele dia iria me lembrar dele por algumas vezes. como ele tinha mudado!!!
conversamos um pouco, não tanto quanto deveríamos. talvez fosse constrangedor demais...
hoje éramos dois estranhos. mas o carinho que foi plantado naquele passado fez com que o abraço que demos um ao outro fosse marcante e verdadeiro.
ele falou que eu não havia mudado nada. falou algumas palavras no meu ouvido e sorriu.
- a gente tá distante, né? mas eu gosto muito de ti cara... eu te considero... tu sabe? a gente veio da mesma árvore, só que o vento levou a gente pra lados diferentes... mas é isso mesmo mudou o tempo, mudaram as circunstâncias...
talvez ele tenha razão... a gente mudou, mas o carinho permaneceu vivo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ele havia passado o dia inteiro com ela. pensou ser o suficiente.
mas não era para ela, que o fez um convite:
- vamos andar de mãos dadas esta noite também?
ele estava cansado, precisava respirar. e respondeu (perguntando) timidamente:
- estou cansado. a gente andou muito essa tarde. adoro estar contigo e você sabe disso, mas ficaria muito chateada se eu não fosse?
ela, claro, queria que ele fosse, mas deixou que ele tomasse a decisão.
- quando você voltar, venho te encontrar.
assim, ela foi caminhar esperando que ele mudasse de idéia. ele não mudou.
o tempo passou. e a noite se tornava misteriosa. ela demorou na caminhada. ele já havia descansado e já queria vê-la. o tempo passava e ela não voltava.
já era tarde quando ele resolveu ir atrás dela.
- o que houve? fiquei esperando você voltar.
- caminhei demais. estava cansada, então, resolvi sentar aqui e descansar um pouco. não ia demorar mais. por que não me esperou?
ele só queria respirar um pouco, mas ficou sem ar quando se viu longe dela.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

a gente tem que entender...

"A essência do verdadeiro amor é como apreciar uma borboleta, estando sentado na grama de um parque. Ela pousa na sua mão, e esse momento é mágico - mas se você quiser perpetuar este momento, e agarrá-la para si fechando a mão devido ao seu apego e egoísmo, você a mata.
Amar verdadeiramente é apreciar o momento presente, enquanto a borboleta está ali - pois, se para ela for melhor voar para longe, a maior prova de amor é deixá-la ir, para que ela alegre outros seres além de você, compartilhando este momento fabuloso."

(Lama Tsering, ensinamentos de Novembro de 2004)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

no ônibus

"não se anda por onde gosta, mas por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta..."

era 19h30, rostos cansados, o desânimo era nítido. era uma sexta-feira. todos queriam chegar o mais rápido possível em casa e tirar o sapato que apertava o calo.
mas eu olhei para ela. e passei a viagem inteira a observá-la. ela já tinha seus trinta e poucos anos. formada em inglês, mas hoje faz outro curso com perspectivas financeiras melhores para o seu futuro. ela é solteira, não namora. e sente-se muita solitária. não tem muitas amigas, nem amigos. não gosta de sair. talvez seja o patinho feio da família. aprendeu com o casamento do seus pais que mulher não pode depender de homem. assim cuidou em seus estudos e esqueceu do seu lado afetivo. bem sucedida profissionalmente, mas não em termos de $$. e isso de uma certa forma a incomodava. todas as suas irmãs casaram. hoje são felizes, tem filhos e prosperaram economicamente na profissão, mesmo começando tardiamente. e ela ainda ralava muito, enfrentando esse ônibus lotado.
o que me chamou atenção nela foram o seus movimentos no corredor do ônibus. no meio de todo aquele sufoco, ela ainda teve astúcia para fazer um pequeno jogo de sedução. e eu, pude assistir a tudo de camarote. ela se aproximou lentamente de um homem e logo comentou sobre a lotação do ônibus. era o início da longa conversa que duraria toda aquela viagem. eles conversavam coisas simples, sobre trabalho. ela procurava um assunto em comum, procurava afinidades. ele, tambem, entendeu. e deixou-se levar pela conversa.
mas era o olhar dela que chamava atenção... ela olhava para ele e parecia pedir ajuda... como se quisesse que ele a arrancasse dali e voasse junto com ela. queria sentir o amor que nunca experimentou. ela se encostava nele e sorria. ele tinha intenções, mas não as mesmas. as deles eram mais maliciosas, e ela era ingênua. ele era casado. e ela descobriria isso depois. mas não adiantaria mais, ela já tinha se entregado aquele homem do ônibus como se fosse a sua ultima chance.
se antes ela chorava por não ter um amor, talvez me pareça que o sofrimento terá outro motivo. eu queria avisá-la, mas não podia quebrar aquela cena.
foi quando ela olhou pra mim, e percebeu que eu sabia de tudo. envergonhou-se, afastou-se dele, pronunciou poucas palavras. a conversa meio que se encerrara.
mas ela teria outros ônibus. e desta vez eu não estaria lá para atrapalhar.
eu havia me atrasado, e só por isso peguei aquele ônibus.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Me deixa!

eita!!!! que essa onda não passa meu!
quando a maré não tá pra peixe.... vou te contar....
puta que pariu!!!! tem hora que a gente fica puto.
como é que pode rapá?
a gente tenta fazer tudo direitinho e nada.
podia largar tudo isso de mão!!!
é foda!!!!
...
tem que ter calma nessas horas.
tem que ter muita calma.
porra!!!
é foda!
...
calma rapaz, calma! o que não pode é se desesperar.
tu não confia em tu não??? ... pois então rapaz...
deixa disso!!!
levanta essa cabeça, e vamo em frente.
tu tá só?
pois então...
deixa de besteira.
respira e vamo!!!!

"eu ia explodir,
eu ia explodir,
mas eles não vão ver os meu pedaços por aí...
(...)
Podem os homens vir que
Não vão me abalar
Os cães farejam o medo,
Logo não vão me encontrar
Não se trata de coragem
Mas meus olhos estão distantes
Me camuflam na paisagem
Dando um tempo, tempo, tempo
Pra cantar"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

papéis invertidos

ele queria ter ligado ontem, mas não ligou. então, hoje, disfarçando o desespero, ele liga para ela.
ela atende com o carinho de sempre, mas logo comenta:
- fiquei esperando que você me ligasse ontem. o que aconteceu? você não sabe que eu preciso muito de você? ainda mais agora...
ele poderia ter dito várias coisas, mas disse apenas a verdade ("camuflada"?):
- ontem passei o dia correndo, muita coisa por fazer... aí quando terminei tudo, fiquei pensando se devia te ligar. e eu queria, mas achei melhor não. já era tarde, não queria te incomodar. (um daqueles conflitos entre pensar e sentir)
- você pode me ligar sempre, na hora que quiser _ respondeu ela.
o tempo passou. eles se falaram mais uma vez pelo telefone. dessa vez, foi ela quem prometeu ligar. só que o dia passou, chegou a noite e nada. ele não queria acreditar, queria ligar, mas não ligou.
"O que terá acontecido?" pensava ele.
mas ele não ligou. e dormiu com o telefone ao seu lado, esperando acordar assustado no meio da noite com a ligação que ele tanto esperou naquele dia.
ele não acordou na madrugada. o telefone não tocou. ela não ligou.
no outro dia, acordou pensando o que teria acontecido.
ela ligou pra ele e explicou tudo.
ele entendeu o que ela disse e sentiu o mesmo que ela sentia quando ele não ligava para ela.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

no capítulo anterior...

aquela era uma situação difícil. os dois estavam distantes e próximos ao mesmo tempo. a situação havia se tornado bastante complicada para eles. parecia que o telefone, não amenizava mais o problema da distãncia que sempre existiu (desde o começo de tudo). ele gostava dela. ela também gostava dele. mas depois de um bom tempo, a situação tinha se tornado insustentável para ele, que resolveu fazer aquilo que lhe parecia o correto. ele amava muito ela e a queria ver feliz. foi, então, que ele tomou a decisão. ele a procurou e confessou toda a sua dor e toda a sua angústia. ela o escutou atentamente. as palavras foram ditas, as lágrimas deslizavam pelo rosto. ele decidiu sacrificar o amor que ele sentia porque achava que não poderia fazê-la feliz. a situação vivida por eles realmente havia se tornado insuportável (pelo menos para ele).
depois de escutá-lo atentamente, chegou a vez dela falar. disse que entendia tudo que ele estava sentindo e, de uma certa forma, até achava nobre a atitude que ele acabara de tomar (sim! pois ele estava decidido), mas que essa seria uma decisão que ele não poderia tomar por ela. ela disse mais, que ele não compreendeu o amor que ela tinha por ele, que ele não percebeu que ela havia feito uma escolha e que estava disposta a lutar para que tal decisão pudesse efetivamente se concretizar. ela o amava... e nessa hora parecia que amor dela era maior que o dele. ela disse que poderia suportar a distãncia, a dor, e todas as dificuldades, que o momento difícil que acontecia para eles não iria durar para sempre.
por fim, disse que aceitava a decisão dele e afirmou que ele se arrependeria, que esperava que isso ocorresse logo para que ainda houvesse o sentimento e para que ela pudesse se reconciliar com ele. ela sabia que aquela decisão que ele tinha tomado havia custado muito caro para ele. e foi, então, que ela disse:
- você não entendeu nada durante todo esse tempo. Quer me ver feliz, mas não sabe como fazer isso. E eu nunca te pedi nada. E o que eu queria era tão simples. Mas pode ir (espero que volte logo).
nesse momento, ele começava a chorar, soluçava. mas estava feito. Ele só queria que ela fosse feliz, mesmo que fosse sem ele.
- você não compreendeu que para que eu seja feliz você também tem que estar feliz. A minha felicidade depende muito da felicidade das pessoas que eu amo. E eu amo você. E é por isso que eu enfrentaria todas as dificuldades que surgissem, mas eu só poderia fazer isso com você.

gosto dessas histórias da vida real. gosto dessas cenas que nos comovem. e viver é realmente maravilhoso. E a maravilha está em tudo: seja no sofrer, seja na alegria. A maravilha é a vida!
Em homenagem a essa pessoa que eu amo tanto...

NADA PRA MIM
Eu!
Não vim aqui
Pra entender ou explicar
Nem pedir nada prá mim
Não quero nada prá mim...
Eu!
Vim pelo que sei
E pelo que sei
Você gosta de mim
É por isso que eu vim...
Eu não quero cantar
Pra ninguém a canção
Que eu fiz pra você
Que eu guardei pra você
Pra você não esquecer
Que eu tenho um coração
E é seu!...
Tudo mais que eu tenho
Tenho tempo de sobra
Tive você na mão
E agora
Tenho só essa canção...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Leve com você

"Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro"
....
quem me dera nunca mais sentir tristeza! acho que isso não é pra mim...
às vezes ela vem, mas eu logo digo que aqui não é seu lugar...
tenho momentos tristes... diria eu bastante intensos...
mas esses nunca foram... e acredito nunca serão plenos...
pois sou daqueles que busca uma felicidade plena, onde a dor não existe e tristeza não há...
já senti momentos plenos de felicidade nessa minha vida e é por tal motivo que a tristeza não pode durar....
momentos plenos de felicidades duram minutos, segundos... e são intensos.
este é mais um motivo pelo qual a tristeza não pode durar.

agora rendo uma homenagem àquela que me proporcionou um dos momentos plenos de felicidade na minha vida e alguns dias depois me causou um dos momentos mais tristes: minha amiga Vanessa.
23 de fevereiro de 2008 - - > no dia anterior, aconteceu meu baile de formatura. Estava muito feliz. talvez nunca tivesse experimentado tamanha felicidade. todas as pessoas queridas estavam ali comigo, ou melhor, quase todas. realmente um momento marcante. então, o baile termina. venho pra casa. Dormi às 7h da manhã. Mas não foi por muito tempo. Por volta de meio dia, meu celular toca, uma mensagem. Era ela. "Léo consegui uma doadora. estou me preparando para o transplante. Apareceu uma médula compatível. Rezem por mim". Meu coração nunca experimentou tamanha felicidade... li a mensagem e sai correndo aos gritos. Minha mãe perguntava o que era... eu dizia é a vanessa! é a vanessa!
manhã de 09 de abril de 2008 - - > estudava, quando meu telefone toca. O Reynlad me liga e pergunta sobre a Vanessa. Eu não sabia de nada, apenas que tudo tinha corrido bem (foi a última coisa que a Vanessa me disse). assustado, ligo pra Renata. não foi preciso nenhuma palavra. o pequeno silêncio acompanhado do choro respondia. também não disse nada, apenas comecei a chorar junto com ela. meu coração ficou tão pequeno. era díficil respirar. olhava para baixo e não encontrava o chão. foi uma queda sem fim.

Deixo aqui uma das músicas que ela mais gostava (é Denise! a gente desiste muito fácil mesmo! mas essa aqui ela aprendeu a tocar no violão)

É OURO PRA MIM
(Letra: Peninha, mas ficou conhecida pra ela na voz da cantora Renata Arruda)
Tudo junto no meu caso rolou de uma vez só
De repente o que era já não era mais
Mudou tudo no amor
Outra cara
Outra forma de ver e sentir
O que antes eu não entendia
Agora é ouro pra mim
A cabeça mudou
Outra cara
Eu tô fora e não vou mais sair
O que eu não precisava
Agora é preciso
Amor é assim
Lindo
Tô que nem criança
Tô de alma limpa
Com você por perto
Sou mais longe ainda
Hoje eu quero luz de sol e mar
Nova
Renovada a força
Tô feliz da vida
Sob o seu domínio
Tô mais forte ainda
Não tem nada fora de lugar

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"(...) quando se estar prestes a morrer não adianta xingar, espernear... quando a hora chega, só nos resta aceitar" (O Curioso caso de Benjamin Button).

Este é um momeno triste. Me vejo tão pequeno, tão impotente, tão inferior....
Lembro da cena em que Benjamin e o seu pai vêem o sol se pôr.
O sol se põe todos os dias. E agora são 14h59min.
E o sol se pôs. Aceito.

Que venha o novo dia!

domingo, 24 de maio de 2009

mais uma vez a história se repete.
tento seguir como se tudo fosse normal, como se não recaísse sobre mim este fardo que me acompanha por onde quer que eu vá. a tentativa é vã.
não é possível esquecer quem somos. a todo momento as pessoas nos fazem lembrar.
às vezes até penso que seria melhor esquecer mesmo...
mas aí passa o tempo e eu penso...
"não, não pode ser assim! este sou eu e nada vai mudar isso!"
não posso esquecer quem sou. as expectativas que recaem sobre mim foram, de uma certa forma, geradas por mim. eu sou responsável.
aí, faço o melhor que posso. nem sempre é o suficiente para os outros (às vezes nem pra mim!).
tenho que aprender a sofrer menos quando as coisas não dão certo.
e continuar tentando, continuar teimando... por quê?
o resultado como o próprio nome já diz é apenas uma consequência.

"Cada um sabe a alegria e dor que traz no coração"

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Saudade é o amor que fica"

Artigo escrito pelo médico Rogério Brandão

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivencia e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.
No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças.. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional.. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim.
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.
Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que a morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:
- E o que a saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
Um anjo passou por mim...
Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.
Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.
Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu". Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.
Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.
Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno.

sábado, 25 de abril de 2009

a letra da música-tema deste blogueiro...

THE SCIENTIST (Coldplay)

Come up to meet you / Estou indo te encontrar
Tell you I'm sorry / Te dizer que eu sinto muito
You don't know how lovely you are / Você não sabe quão adorável você é
I had to find you / Eu tive que encontrar você
Tell you I need you / Te dizer que eu preciso de você
And tell you I set you apart / E te dizer que eu te deixei de lado
Tell me your secrets / Me conte seus segredos
And ask me your questions / E me pergunte suas dúvidas
Oh let's go back to the start / Oh vamos voltar para o começo
Running in circles / Correndo em círculos
coming tails / Atrás de nossos rastros
Heads on a silence apart / Pensando no silêncio quebrado
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
It's such a shame for us to part / Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
No one ever said it would be this hardoh / Ninguém nunca disse que seria tão difícil
Oh take me back to the start / Oh leve-me de volta ao começo
I was just guessing at / Eu há pouco estava adivinhando
numbers and figures / Números e dígitos
Pulling the puzzles apart / Solucionando os quebra-cabeças
Questions of science / Questões de ciência
science and progress / Ciência e progresso
Do not speak as loud as my heart / Não falam tão alto quanto meu coração
And tell me you love me / Diga-me que me ama
Come back and hold me / Volte e me abrace
Oh and I rush to the start / Oh e eu corro para o começo
Running in circles / Correndo em círculos
Chasing tails / Perseguindo rastros
Coming back as we are / Voltando para o que nós somos...
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
Oh it's such a shame for us to part / Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
No one ever said it would be so hard / Ninguém nunca disse que seria tão difícil
I'm going back to the start... / Eu estou voltando para o começo...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

FIX YOU (Coldplay)

Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso ao contrário.
Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas acaba desgastando.
Pode ser pior?
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu tentarei te consertar
Bem no alto ou bem no fundo.
Quando você estiver tão apaixonada para deixá-lo ir.
Se você nunca tentar, nunca vai saber.
O quanto você vale.
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar
Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode repor
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Lágrimas rolam pelo seu rosto
Eu te prometo que vou aprender com meus erros
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar

quarta-feira, 22 de abril de 2009

trocadilho

"um dia sentirá,
que amar é bom demais
não jogue amor ao léo,
meu coração que não é de papel"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sobre a raposa

como já disse anteriormente: fiquei encucado com o encontro da raposa com o pequeno princípe. tudo porque acredito que não existem coincidências. ele usou a serpente (decifra-me ou te devoro?)... e usou a raposa. por que a raposa? é a pergunta que me fazia. "não sei. acho que não deve haver nenhum motivo especial para isso..." talvez fosse essa a verdade, mas resolvi encontrar uma na qual eu acreditasse.

“Semper peccator, semper justus”
Germaine Dieterlen resume a idéia que a sabedoria africana faz desta personagem.

E acrescenta: "Independente, mas satisfeito com a existência; ativo, inventivo, mas ao menos tempo destruidor; audacioso, mas medroso; inquieto, astucioso, porém desenvolto, ele encarna as contradições inerentes à natureza humana".
Em inúmeras crenças no Extremo Oriente, acredita-se, às vezes, que a raposa possui o elixir da vida, ou então que ela dá origem a possessões demoníacas.
"Refletindo como um espelho as contradições humanas, a raposa poderia ser considerada como um duplo da consciência humana. Os chineses afirmam que é o único animal a saudar o nascer do sol: ele dobra as patas dianteiras e se prosterna. Procedendo desse modo durante diversos anos, é então capaz de se transformar e de viver no meio dos homens, sem despertar sua atenção: reflexo num espelho, tantos são os homens-raposas sob o sol".

No encontro com a raposa, o princípe aprendeu a perceber a alma nos relacionamentos, a se deixar penetrar por ela, a cativar e ser cativado. A raposa com sua astúcia e sua capacidade de espelhar a alma humana nos coloca em contato com o nosso íntimo. Foi o que aconteceu com o pequeno princípe. Ele conheceu o invisível, o essencial. E, então, muitas coisas passaram a fazer sentido.
A raposa ensinou ao princípe sobre criar laços. A raposa convidou ele ao envolvimento. Desejou ser marcada na sua personalidade, assim como marcou a sua na dele.

"Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo."

O que quero dizer é que descobri que existem raposas por aí e é maravilhoso quando as encontramos (não é algo fácil de se vê).

sexta-feira, 17 de abril de 2009

mais uma do Camelo...

Adeus Você (Marcelo Camelo)

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante

quinta-feira, 16 de abril de 2009

a volta d'ele

ele não podia apressar as coisas. respeitou o seu tempo e esperou.
foi então que ele voltou. muitos o esperavam, mas poucos perceberam a sua volta. outros, infelizmente, não puderam vê-lo chegar.
mas voltou quando ninguém esperava. surpreendeu a todos.
desde que ele retornou muitas coisas já aconteceram. o tempo passou. algumas coisas parecem ter mudado, mas, como se sabe, tem coisas que nunca mudam.
algumas coisas parecem estranhas, na verdade, muito estranhas. e por isso se fazem necessárias explicações. mas durante este período em que passou fora do tempo, ele aprendeu algumas coisas sobre si mesmo e os outros também.
e por mais que as horas passem ele já não tem mais tanta pressa.
aprendeu que tem, sim, tempo pra perder.
tudo se revela no tempo certo. por isso ele esperou.
mas sabe que ninguém precisa esperar por ele.
e daí tirou sua grande lição: é ele que tem que ir atrás das pessoas que o amam.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

assim correm os boatos.

mal cheguei e ele já veio dizendo:
- rapaz! acabou de acontecer. Tu não vai acreditar!
Assim, correm os boatos.
e ele me disse tudo nos mínimos detalhes. parece não ter esquecido de nada.
realmente algo inacreditável mesmo. parei e fiquei pensando...
lembro que fiz algumas perguntas a ele, que me respondeu prontamente.
satisfeito, deu por encerrada a conversa. foi para um lado e eu para outro.
agora vai depender muito: ou passo a história pra frente ou, então, fico na minha.
fiquei na minha, mas ainda ouvi aquela mesma história repetidas vezes...
em várias versões, com novos personagens... e curiosamente com finais completamente diferentes.
até hoje ninguém soube confirmar ao certo o que realmente aconteceu.
o boato correu e chegou ao seu fim: outro apareceu e tudo se repetiu.
às vezes penso que tudo isso poderia ser diferente, mas ainda não sei explicar como.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

sobre a águia...

Bem, tava procurando significação para os animais ultimamente...rsrsrs...
coincidência ou não "encontrei" essa história sobre a águia. então, deixo o significado da raposa para mais tarde e compartilho sobre a águia.

INFORMAÇÕES INICIAIS: texto extraído do perfil do orkut da jenice...
que extraiu do endereço a seguir:
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11384

Dizem que a águia é um dos melhores exemplos de coragem na arte da renovação. É a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, ela tem de tomar uma séria e difícil decisão. É que aos 40 anos, por estar com as garras compridas e flexíveis, ela não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. E o bico, alongado e pontiagudo, se curva.

Apontadas contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, de forma que voar já não é tão fácil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação de 150 dias de duração, que consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. E, após encontrar esse lugar, ela começa a bater com o bico em uma superfície até conseguir arrancá-lo. Ao alcançar esse objetivo, espera nascer um novo bico, com o qual, mais tarde, vai arrancar suas garras. Quando começam a nascer as novas garras ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o esperado voo da renovação, quando poderá viver mais 30 anos.

Se é verdade ou não que essa ave passa por esse processo eu não sei, mas acredito que a parábola pode nos ajudar a pensar na vida e a nos encorajar a tomarmos as decisões de que talvez precisemos hoje.

Assim como acontece com a ave de rapina, a vida nos ensina que – para continuarmos voando – é necessário nos desprendermos daquilo que nos pesa: as lembranças, os costumes antigos, os apegos exagerados, os sentimentos feridos e tantas outras coisas que cresceram mais do que deviam dentro de nós, podendo nos roubar a leveza de nossos atos e nos impedir de voar mais alto.

Chega a hora em que é necessário fazermos uma parada para reflexão e possível mudança. Nem sempre é uma escolha fácil, porém, é importante. Uma viagem, férias prolongadas ou, para quem pode, uma temporada na praia podem ser ótimas opções. No entanto, o mais relevante é mesmo a coragem de rever a vida e a decisão de mudar o que é preciso. O lugar favorável ajuda, mas o essencial é mesmo a decisão da mudança.

Acredito que é fundamental, neste tempo, fazer as pazes com os acontecimentos do passado, preservando uma memória grata do que foi bom e a lição que os erros nos ensinaram, sem dar espaço para saudosismos nem culpas. Somente um coração livre do peso do passado pode dar espaço para as novidades que a vida oferece a cada amanhecer.

terça-feira, 7 de abril de 2009

por que a raposa?

várias histórias tem como personagens animais, que parecem tentar ensinar, passar uma moral. são as fábulas, né? pois é... quando li O Pequeno Princípe, logo me veio uma curiosidade: por que a raposa? geralmente, costuma-se fazer algumas associações entre animais e características humanas: o leão representaria o mais forte, a realeza; o lobo, a maldade ou a malícia; o cordeiro, a ingenuidade. assim, a raposa representaria a esperteza. mais ou menos isso. mas seria só isso? a raposa é esperta e por isso ela é o animal que pode passar a lição principal do livro (será que foi isso que pensou o Saint Exùpery?).
depois fiquei meio desconfiado, pois as raposas vivem em ambientes em que seja ábundante a presença de alimentos. o deserto? muito alimento? não. mas descobri que, sim, existe uma raposa do deserto, o feneco. Animal de hábitos noturnos. Durante a noite caça pequenos roedores, insetos (como, por exemplo, gafanhotos), lagartos, pequenas aves e ovos, além de algumas plantas. comida no deserto é rara, e por isso quase todas as formas de vida de lá servem de alimento para o feneco, salvo quando se trata de um animal mais forte que ele. Freqüenta o Saara, no sul da Argélia e da Tunísia. Também é encontrado no Egito, na região do Sinai, e no Oriente Médio.
É! Deve ser o feneco a raposa que conversa com o Pequeno Princípe. mas por que a raposa mesmo?
(...)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

E foi então que apareceu a raposa...

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

sábado, 28 de março de 2009

Coisas que você pode dizer só de olhar para ela




Este é o título do filme, que marca a estréia nos cinemas, de Rodrigo Garcia (2000). Confesso que não foi minha primeira opção na hora da locação; o título e o fato de ser filho de Gabriel Garcia Márquez foram fundamentais na escolha. E que grata surpresa! O filme é belíssimo, de uma sensibilidade incrível. E parece que realmente o diretor viu bem a alma feminina (este fato revela isso: o roteiro encantou tanto as atrizes do filme que elas concordaram em fazê-lo por um preço abaixo do seu cachê habitual). O fato que mais me chamou a atenção é que vidas comuns são tratadas no filme. E isso faz a gente refletir sobre a nossa própria vida. “A minha vida é tão comum que jamais daria um filme”, acho que muita gente já se pegou dizendo isso, inclusive eu. O filme nos mostra exatamente o contrário. Provavelmente, vamos nos identificar ou reconhecer alguém em alguma cena. São cinco capítulos, ou melhor, contos que nos revelam um pouco da alma feminina. Esses contos são interligados de maneira que achei bastante interessante: uma mulher que supostamente cometeu suicídio (não digo mais que isso). Em todos, existe um conflito entre dedicação e perda que acaba por unir todas as mulheres da trama; seja a médica solitária que cuida da mãe doente ou a irmã que sacrifica a sua vida pessoal para cuidar da sua irmã cega, dentre outras que formam esse painel sobre a “solidão” feminina. O filme é um tanto lento. As coisas acontecem no tempo certo ou podem não acontecer (talvez isso incomode, mas o resultado é lindo). Caminhos não são mostrados claramente, não dá pra saber com certeza o destino de cada uma dessas mulheres: o diretor nos dá apenas pistas. Com um final belo (e também triste), fica a nosso critério imaginar o que aconteceu.

"Bem... só um idiota especularia a respeito da vida de uma mulher. Talvez ela só estivesse cansada de tudo... de ligações nunca atendidas, ... de promessas que nunca foram cumpridas, de tropeçar na mesma pedra. Acho que jamais saberemos o que se passou na cabeça dela. Mas tudo bem. Estas são as coisas que não podem ser compartilhadas"
(fala de Cameron Diaz que interpreta uma jovem cega no filme)

Ah! as atrizes deram um show! Não dá pra saber quem foi melhor!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Carta a Saint-Exupéry

É com muita alegria que comunico a volta dele. Sim, era ele mesmo: o menino de cabelos dourados, que ria... e não respondia quando era perguntado. Demorei para relatar a sua volta, mas, eis que agora o faço. Já faz algum tempo. No início desse ano, estava mais isolado que um náufrago num bote perdido no meio do oceano. As pessoas estavam ali, mas era como se aquela não fosse a minha realidade. Imaginem qual foi a minha surpresa quando ouvi aquela vozinha estranha que dizia:
- Por favor... desenha-me um carneiro!
Lembro-me bem daquele dia. Fiquei espantado e, ao mesmo tempo, feliz. Havia feito sobre mim uma capsúla protetora. Tentava me proteger de algo, não sabia o porquê. Foi quando ele apareceu. A casca foi quebrada. E eu pude conhecê-lo. Como sou grato por isso!!!
Informo a todos que ele voltou.
Hoje tenho estrelas que sabem rir!!! E, de vez em quando, me surpreendo olhando para o céu... e começo a rir. É a peça que ele me prega! As estrelas me fazem rir.
Espero que outras pessoas também possam conhecê-lo...
Enquanto isso...
" Olhem o céu. Perguntem a si mesmos: O carneiro terá ou não comido a flor? E verão como tudo fica diferente...
E nenhuma pessoa grande jamais entenderá que isso possa ter tanta importância!"

quinta-feira, 26 de março de 2009

Brincar de Viver

Quem me chamou?
Quem vai querer
Voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar...
Prá retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar...
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo
Diz "não"...
Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver...
Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer..
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo
Diz "não"...
E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho
Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo...
Vem!
Agora é brincar de viver!
Agora é brincar de viver!...

domingo, 22 de março de 2009

ele havia parado no tempo. tinha dúvidas e procurava uma resposta. tentava seguir em frente, mas sabia que havia deixado algo para trás. vez em quando, alguém sempre perguntava porque ele olhava tanto pra trás. ele bem sabia, mas não queria admitir. achava que o tempo poderia mudar as circunstâncias. tudo passa, pensava. e é verdade. tudo passou, o tempo mudou. inclusive as circunstâncias. de repente, ele viu o passado virar presente e sonhou com o futuro perfeito. ele pensou que precisava aproveitar a chance que a vida havia lhe dado. não esperava muito. e foi surpreendido quando descobriu que ela também queria o mesmo. ele e ela viviam olhando para trás e agora estavam frente a frente. conversaram, desabafaram. disseram um ao outro tudo o que sentiam. e depois de tudo, pareciam flutuar. logo a Lua apareceu. e as nuvens que cobriam o céu se retiraram para que as estrelas contemplassem aquele reencontro. em seguida, eles caminharam de mãos dadas como já haviam feito no passado. o Sol nasceu. e o dia surgiu mais feliz!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Caio Fernando Abreu

"Seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções".
(Natureza viva, Morangos Mofados)

"Uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros"

"- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar
- Eu também. Mas queria ter uma coisa nas mãos agora
- Você tem uma coisa nas mãos agora
- Eu?
- Eu! ".
(O dia que Júpiter encontrou Saturno, Morangos Mofados)

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".
(Lixo e Purpurina, Ovelhas Negras)

terça-feira, 10 de março de 2009

Por que ele cai e insiste em se levantar?

"... Eu já provei que eu sou Ronaldo
E se você não acredita que eu não sou de fazer fita
É só esperar pra ver (ver, ver, ver...)"

"Sou Ronaldo
Muito prazer em conhecer
Eu sou Fenômeno
Ronaldo Nazário dos Campos
E quero muito agradecer a Deus por ter-me escolhido no meio de tantos
Igual a todo brasileiro, eu sou guerreiro
Às vezes caio, mas eu me levanto (é parceiro)
Mas eu me levanto
Sou Ronaldo
O desafio sempre esteve e estará em minha vida
E eu já nem me espanto
E se o mundo é uma bola, a gente tem que entrar de sola pra ganhar o campo
Eu não me intimido e parto pra cima
E só me contento ao ouvir a galera entoando esse canto
Rooooooooooooooooo, Ronaldo é gol
Rooooooooooooooooo, Ronaldo é gol (...)"

segunda-feira, 9 de março de 2009

Dias Brancos...

Nesses dias brancos, onde nuvens carregadas despejam lágrimas sobre nós...
ou lavam nossas almas...
Uma homenagem aos meus amigos novos, velhos, próximos, distantes, aos que são e eu ainda não sei, aos que são e ainda não sabem que são...

Dia Branco (Geraldo Azevedo)
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

sábado, 7 de março de 2009

a escala da bondade

quem somos? intenção ou ação? por dentro somos mais?
ou são nossas ações que nos definem?
há tempos, depois de assistir Batman Begins me posicionei:
Não é o que sou por dentro e sim aquilo que faço que me define.
portanto, acredito que somos ação.
então, vejo o filme Um Homem Bom.
e me surge uma nova pergunta: o que torna uma pessoa má ou ruim?
a resposta continuou sendo a mesma: as nossas ações.
depois de tudo isso, fico pensando se existe uma escala de bondade, pois ninguém é totalmente bom... já o contrário, não sei afirmar mais...

sexta-feira, 6 de março de 2009

O sol já nasceu na estrada nova e mesmo que eu impeça, ele vai brilhar!

quinta-feira, 5 de março de 2009

uma paródia (deve ser de 1995 ou por aí...)

antigamente, fazia paródias. os primos da minha geração com certeza se lembram das "composições" de sucesso feitas por mim e, geralmente, pelo Gilmar. mas aí o tempo passa e muita coisa se perde. Ah! a paródia que a gente fez em homenagem ao papai....hehehe... não precisa nem de papel, nem de nada...rsrs... ela permanece na memória daqueles que a escutaram... rsrsrs... daquela série que a gente escreve pra não se perder, destaco esta que posto a seguir (até porque foi a única que encontrei...rsrsrs).
ela é baseasa na música Temporal de Amor (Leandro&Leonardo), por aí já dá pra ver como ela é antiga, né? segue a letra....

Cai o meu telhado
e o meu portão.
Um raio queima a televisão.
Fecho a janela
Desaba nosso quarto.
Me diz aí! O que é que eu faço?
A água invade o banheiro
Ela já afogou um moço
A água já tá no meio, tá na metade, não tem mais jeito.
Como não demora muito
A enchente tá matando
Traga logo seu barquinho
E vamo acudir os vizinho que tão se afogando
Comecei a nadar
Salvar as pessoas afogadas
Que por causa da enchente
Logo se afogou...
Quando a enchente acabar
Pra onde é que a gente vai ir?
As nossas casas vão cair,
O temporal estragou.

quarta-feira, 4 de março de 2009

uma pergunta. uma dúvida.

caminhava pelo shopping... de repente parei e olhei para este cartaz.




chamou muito a minha atenção. confesso, fiquei curioso pela resposta...
o que faz as pessoas felizes não pode ser ruim, pode?

fazia tempo que eles não se viam. um dia encontraram-se, mas tomaram caminhos diferentes. cada um foi para um lado. então, tempos depois o reencontro. eles se olharam e deram um abraço que parecia demonstrar toda a saudade que havia. sim, havia muito carinho entre eles. conversaram um pouco. não mais como antes. o tempo passou e as circunstâncias mudaram.

ela disse: você foi o cara errado na hora errada! (falou baixo, para que ele não pudesse ouvir)

ele respondeu: você foi a pessoa certa na hora certa. (ela olhou surpreendida)

ela pensava que ele tinha perdido o tempo com ela no passado.

ela acertou, mas enganou-se.

terça-feira, 3 de março de 2009

Valeu?!!!!!




vamo vê se dá certo... hehehe...

quem me indicou http://umamentepulsante.blogspot.com/

Agora tenho que contar 6 coisas sobre mim... hehehe...
1 - eu tenho medo de altura (na maioria das vezes);
2 - eu não sei lidar muito bem com tecnologias (não sei nem como consigo postar esse blog);
3 - eu tenho a mania "ansiosa" de roer as unhas;
4 - eu faço músicas, mas não sei escrevê-las, por isso elas geralmente se perdem...;
5 - eu briguei uma vez no colégio por tentar impedir que batessem em um colega meu (fui tentar apaziguar, acabei virando a vítima... OBS: ganhei a briga. Se for brigar, pelo menos não apanhe);
6 - eu sou são paulino (não mais tão fanático quanto antes... hehehe)

Agora é hora de indicar os links, né?
Na verdade, não tenho muitos, mais lá vai:

joaquim http://jotapontoqualquercoisa.blogspot.com/

breno http://brenofidalgo.blogspot.com/

elda http://euamaria.blogspot.com/

denise http://quebrandosilencios.blogspot.com/

pois é... acho que é isso... hehehe...
As regras são as seguintes:1. Linkar a pessoa que te indicou.2. Escrever as regras do meme em seu blog.3. Contar 6 coisas aleatórias sobre você.4. Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.5. Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.