sábado, 25 de abril de 2009

a letra da música-tema deste blogueiro...

THE SCIENTIST (Coldplay)

Come up to meet you / Estou indo te encontrar
Tell you I'm sorry / Te dizer que eu sinto muito
You don't know how lovely you are / Você não sabe quão adorável você é
I had to find you / Eu tive que encontrar você
Tell you I need you / Te dizer que eu preciso de você
And tell you I set you apart / E te dizer que eu te deixei de lado
Tell me your secrets / Me conte seus segredos
And ask me your questions / E me pergunte suas dúvidas
Oh let's go back to the start / Oh vamos voltar para o começo
Running in circles / Correndo em círculos
coming tails / Atrás de nossos rastros
Heads on a silence apart / Pensando no silêncio quebrado
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
It's such a shame for us to part / Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
No one ever said it would be this hardoh / Ninguém nunca disse que seria tão difícil
Oh take me back to the start / Oh leve-me de volta ao começo
I was just guessing at / Eu há pouco estava adivinhando
numbers and figures / Números e dígitos
Pulling the puzzles apart / Solucionando os quebra-cabeças
Questions of science / Questões de ciência
science and progress / Ciência e progresso
Do not speak as loud as my heart / Não falam tão alto quanto meu coração
And tell me you love me / Diga-me que me ama
Come back and hold me / Volte e me abrace
Oh and I rush to the start / Oh e eu corro para o começo
Running in circles / Correndo em círculos
Chasing tails / Perseguindo rastros
Coming back as we are / Voltando para o que nós somos...
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
Oh it's such a shame for us to part / Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos
Nobody said it was easy / Ninguém disse que era fácil
No one ever said it would be so hard / Ninguém nunca disse que seria tão difícil
I'm going back to the start... / Eu estou voltando para o começo...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

FIX YOU (Coldplay)

Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso ao contrário.
Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas acaba desgastando.
Pode ser pior?
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu tentarei te consertar
Bem no alto ou bem no fundo.
Quando você estiver tão apaixonada para deixá-lo ir.
Se você nunca tentar, nunca vai saber.
O quanto você vale.
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar
Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode repor
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Lágrimas rolam pelo seu rosto
Eu te prometo que vou aprender com meus erros
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar

quarta-feira, 22 de abril de 2009

trocadilho

"um dia sentirá,
que amar é bom demais
não jogue amor ao léo,
meu coração que não é de papel"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sobre a raposa

como já disse anteriormente: fiquei encucado com o encontro da raposa com o pequeno princípe. tudo porque acredito que não existem coincidências. ele usou a serpente (decifra-me ou te devoro?)... e usou a raposa. por que a raposa? é a pergunta que me fazia. "não sei. acho que não deve haver nenhum motivo especial para isso..." talvez fosse essa a verdade, mas resolvi encontrar uma na qual eu acreditasse.

“Semper peccator, semper justus”
Germaine Dieterlen resume a idéia que a sabedoria africana faz desta personagem.

E acrescenta: "Independente, mas satisfeito com a existência; ativo, inventivo, mas ao menos tempo destruidor; audacioso, mas medroso; inquieto, astucioso, porém desenvolto, ele encarna as contradições inerentes à natureza humana".
Em inúmeras crenças no Extremo Oriente, acredita-se, às vezes, que a raposa possui o elixir da vida, ou então que ela dá origem a possessões demoníacas.
"Refletindo como um espelho as contradições humanas, a raposa poderia ser considerada como um duplo da consciência humana. Os chineses afirmam que é o único animal a saudar o nascer do sol: ele dobra as patas dianteiras e se prosterna. Procedendo desse modo durante diversos anos, é então capaz de se transformar e de viver no meio dos homens, sem despertar sua atenção: reflexo num espelho, tantos são os homens-raposas sob o sol".

No encontro com a raposa, o princípe aprendeu a perceber a alma nos relacionamentos, a se deixar penetrar por ela, a cativar e ser cativado. A raposa com sua astúcia e sua capacidade de espelhar a alma humana nos coloca em contato com o nosso íntimo. Foi o que aconteceu com o pequeno princípe. Ele conheceu o invisível, o essencial. E, então, muitas coisas passaram a fazer sentido.
A raposa ensinou ao princípe sobre criar laços. A raposa convidou ele ao envolvimento. Desejou ser marcada na sua personalidade, assim como marcou a sua na dele.

"Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo."

O que quero dizer é que descobri que existem raposas por aí e é maravilhoso quando as encontramos (não é algo fácil de se vê).

sexta-feira, 17 de abril de 2009

mais uma do Camelo...

Adeus Você (Marcelo Camelo)

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante

quinta-feira, 16 de abril de 2009

a volta d'ele

ele não podia apressar as coisas. respeitou o seu tempo e esperou.
foi então que ele voltou. muitos o esperavam, mas poucos perceberam a sua volta. outros, infelizmente, não puderam vê-lo chegar.
mas voltou quando ninguém esperava. surpreendeu a todos.
desde que ele retornou muitas coisas já aconteceram. o tempo passou. algumas coisas parecem ter mudado, mas, como se sabe, tem coisas que nunca mudam.
algumas coisas parecem estranhas, na verdade, muito estranhas. e por isso se fazem necessárias explicações. mas durante este período em que passou fora do tempo, ele aprendeu algumas coisas sobre si mesmo e os outros também.
e por mais que as horas passem ele já não tem mais tanta pressa.
aprendeu que tem, sim, tempo pra perder.
tudo se revela no tempo certo. por isso ele esperou.
mas sabe que ninguém precisa esperar por ele.
e daí tirou sua grande lição: é ele que tem que ir atrás das pessoas que o amam.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

assim correm os boatos.

mal cheguei e ele já veio dizendo:
- rapaz! acabou de acontecer. Tu não vai acreditar!
Assim, correm os boatos.
e ele me disse tudo nos mínimos detalhes. parece não ter esquecido de nada.
realmente algo inacreditável mesmo. parei e fiquei pensando...
lembro que fiz algumas perguntas a ele, que me respondeu prontamente.
satisfeito, deu por encerrada a conversa. foi para um lado e eu para outro.
agora vai depender muito: ou passo a história pra frente ou, então, fico na minha.
fiquei na minha, mas ainda ouvi aquela mesma história repetidas vezes...
em várias versões, com novos personagens... e curiosamente com finais completamente diferentes.
até hoje ninguém soube confirmar ao certo o que realmente aconteceu.
o boato correu e chegou ao seu fim: outro apareceu e tudo se repetiu.
às vezes penso que tudo isso poderia ser diferente, mas ainda não sei explicar como.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

sobre a águia...

Bem, tava procurando significação para os animais ultimamente...rsrsrs...
coincidência ou não "encontrei" essa história sobre a águia. então, deixo o significado da raposa para mais tarde e compartilho sobre a águia.

INFORMAÇÕES INICIAIS: texto extraído do perfil do orkut da jenice...
que extraiu do endereço a seguir:
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11384

Dizem que a águia é um dos melhores exemplos de coragem na arte da renovação. É a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, ela tem de tomar uma séria e difícil decisão. É que aos 40 anos, por estar com as garras compridas e flexíveis, ela não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. E o bico, alongado e pontiagudo, se curva.

Apontadas contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, de forma que voar já não é tão fácil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação de 150 dias de duração, que consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. E, após encontrar esse lugar, ela começa a bater com o bico em uma superfície até conseguir arrancá-lo. Ao alcançar esse objetivo, espera nascer um novo bico, com o qual, mais tarde, vai arrancar suas garras. Quando começam a nascer as novas garras ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o esperado voo da renovação, quando poderá viver mais 30 anos.

Se é verdade ou não que essa ave passa por esse processo eu não sei, mas acredito que a parábola pode nos ajudar a pensar na vida e a nos encorajar a tomarmos as decisões de que talvez precisemos hoje.

Assim como acontece com a ave de rapina, a vida nos ensina que – para continuarmos voando – é necessário nos desprendermos daquilo que nos pesa: as lembranças, os costumes antigos, os apegos exagerados, os sentimentos feridos e tantas outras coisas que cresceram mais do que deviam dentro de nós, podendo nos roubar a leveza de nossos atos e nos impedir de voar mais alto.

Chega a hora em que é necessário fazermos uma parada para reflexão e possível mudança. Nem sempre é uma escolha fácil, porém, é importante. Uma viagem, férias prolongadas ou, para quem pode, uma temporada na praia podem ser ótimas opções. No entanto, o mais relevante é mesmo a coragem de rever a vida e a decisão de mudar o que é preciso. O lugar favorável ajuda, mas o essencial é mesmo a decisão da mudança.

Acredito que é fundamental, neste tempo, fazer as pazes com os acontecimentos do passado, preservando uma memória grata do que foi bom e a lição que os erros nos ensinaram, sem dar espaço para saudosismos nem culpas. Somente um coração livre do peso do passado pode dar espaço para as novidades que a vida oferece a cada amanhecer.

terça-feira, 7 de abril de 2009

por que a raposa?

várias histórias tem como personagens animais, que parecem tentar ensinar, passar uma moral. são as fábulas, né? pois é... quando li O Pequeno Princípe, logo me veio uma curiosidade: por que a raposa? geralmente, costuma-se fazer algumas associações entre animais e características humanas: o leão representaria o mais forte, a realeza; o lobo, a maldade ou a malícia; o cordeiro, a ingenuidade. assim, a raposa representaria a esperteza. mais ou menos isso. mas seria só isso? a raposa é esperta e por isso ela é o animal que pode passar a lição principal do livro (será que foi isso que pensou o Saint Exùpery?).
depois fiquei meio desconfiado, pois as raposas vivem em ambientes em que seja ábundante a presença de alimentos. o deserto? muito alimento? não. mas descobri que, sim, existe uma raposa do deserto, o feneco. Animal de hábitos noturnos. Durante a noite caça pequenos roedores, insetos (como, por exemplo, gafanhotos), lagartos, pequenas aves e ovos, além de algumas plantas. comida no deserto é rara, e por isso quase todas as formas de vida de lá servem de alimento para o feneco, salvo quando se trata de um animal mais forte que ele. Freqüenta o Saara, no sul da Argélia e da Tunísia. Também é encontrado no Egito, na região do Sinai, e no Oriente Médio.
É! Deve ser o feneco a raposa que conversa com o Pequeno Princípe. mas por que a raposa mesmo?
(...)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

E foi então que apareceu a raposa...

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.