segunda-feira, 26 de novembro de 2007

viagem a São Raimundo Nonato - parte III

já estávamos perto do topo. saltamos algumas pedras. uma pequena escalada... então, o vento soprava. já não havia mais o mesmo calor que tinha lá embaixo... o silêncio era impressionante. podia ouvir os ruídos que a brisa trazia. era eu e mais dez pessoas. finalmente, estava no alto da montanha. olhei e vi... era inacreditável. estava no topo do paredão que tinha avistado e que refletia as luzes do sol. aproximei-me um pouco mais. havia esquecido completamente a minha fobia por altura. olhei e vi algo que pensava ser absurdo. estava no sertão do piauí, no alto da montanha. eu vi o mar no sertão do piauí. ele era branco e se perdia pelo horizonte. meu olhar também se perdia. era um cenário encantador. a paz invadia o meu coração. o silêncio era música. então, fechei os olhos. agradeci muito. por tudo, por todas as coisas que aconteciam na minha vida. rezei. pedi também. quando olhei para o lado, vi que não era apenas eu, todos estavam ali refletindo. aquela escalada nos ensinou, nos fez pensar. a forma como deve ser feito. viver bem. traçar metas, esforçar-se para cumprir, alcançar os resultados, vencer os obstáculos. todo aquele percurso ensinou que para se chegar ao topo é preciso muito suor, muito sacrifício. nada vem por acaso. mostrou, também, que o que parecia ser um lugar sem vida, inóspito, poderia dizer hóstil, na verdade era um dos lugares mais bonitos que já vi. não me esquecerei jamais daquele mar, daquela luz, daquele vento. a forma como via aquilo tudo mudava ali. percebi que pode-se enxergar a vida por diversos ângulos. cada um vai dar-lhe uma visão diferente sobre a realidade, cada um vai lhe contar um história. não posso negar, prefiro esta: a beleza do sertão, a vida, a imensidão do mar branco. porém, não posso esquecer que na vida também existem espinhos, pedras, obstáculos. todos à espera de que alguém venha os desafiá-los. e será preciso se quiser chegar no alto. a tarefa é difícil. enfrente seus medos, teste seus limites e siga em frente. viva. experimente todas as formas de sentir. o mundo está repleto de sensações. abra os braços para o mundo, deixe o vento bater no seu rosto e sinta a sensação mais prazerosa que existe: a de está vivo.