terça-feira, 29 de julho de 2008

sem resposta

ele não queria magoar ninguém, mas magoou. ele não queria enganar ninguém, mas enganou. e para todos aqueles que enganava e causava dor tinha sempre a mesma resposta: foi sem querer. desculpas dadas, mas o fato era que o dano já estava causado e só o tempo amigo poderia aliviar a dor. o engraçado é que ele dizia sempre ter a melhor das intenções, ele sempre saia na história de bom moço. mas sabe qual era a verdade? ele não queria magoar ninguém. ele não queria enganar ninguém. o problema é que todo mal que ele causou, realmente, havia sido sem querer. e era isso que o atormentava. se ele havia tomado tanto cuidado, se ele teve tanta cautela, por que mesmo assim ele ainda causou tanto sofrimento? ele não entendia. ele procurava respostas e não achava. e a cada dia aquela culpa que ele sentia tornava-se ainda maior. e era aí que ele fazia tudo outra vez. os mesmos erros, as mesmas desculpas... e a vida dele vai se repetindo. e ele?
ele nunca entendeu.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

a filha do meio

tava eu um dia lá em casa, quando ouvi aquela conversa:
- Seria bom se meus pais ligassem um pouquinho mais pra mim, pra saber como eu estou. Eu ia gostar.
ela viu, sabe-se lá onde, uma conversa de que a ordem de nascimento dos filhos pode influenciar o comportamento deles. Pois que seja! Resolvi embarcar nessa viagem… vou esquecer do mais velho e do mais novo… vou olhar apenas para você: a filha do meio (de acordo com a tal teoria).
Pensei… faz muito sentido o que você me disse. Mesmo sem querer os pais tendem a estabelecer diferentes papéis para os filhos. para o mais velho: responsabilidade e liderança; o mais novo: é o filhinho da mamãe, todo mimado. mas onde é que você entra nesta conversa? onde fica a filha do meio? imprensada entre o mais velho (que ajuda aos pais por ser o mais velho – é a tal da responsabilidade) e entre o mais novo (o xodó da casa). pois é… a filha do meio fica aí, perdida, já que não se tem um papel bem estabelecido para ela. ora tem que ajudar o mais velho nas tarefas (porque é mais velha que o caçula) ora fica do lado do mais novo (pois é mais nova que o mais velho mesmo.. rsrsrsrs).


Responsabilidades e mimos… isso deve confundir mesmo!!!! uma hora você é responsável, outra você pode tudo. de acordo com a tal teoria, a filha do meio tende a ser mais indecisa e ter baixo nível de auto-estima. os especialistas no assunto declaram que há uma recorrência de casos em que o irmão do meio é o mais perdido. isto porque ele não é nem a forte representação do orgulho da casa (no caso do mais velho) e nem a frágil criatura a ser protegida (no caso do caçula). ele termina se colocando num limbo, num conjunto de incertezas e frustrações, carente da atenção devida.

mas o fato de estar bem no meio a coloca numa posição de mediadora, ajudando a alcançar uma solução para os conflitos entre o mais velho e o mais novo. pode ser que aí esteja a razão de você ter dito que o filho do meio adquire mais responsabilidade. Ufa!!!! finalmente algo positivo em ser o filho do meio (opinião minha)… se bem que nessa teoria aí não encontrei nada disso. diz apenas que os filhos do meio têm explosões de raiva para chamar a atenção, tendem a mudar o visual para procurar uma identidade própria, tentam fazer algo diferente dos irmãos... o que me parece não ser o seu caso.

mas uma coisa que me chamou atenção é o fato que um dia você foi a mais nova. e isso me chamou a atenção mesmo!!! deve ser chato perder o trono. é fato que nunca teve a exclusividade dos pais já que já existia o irmão mais velho, mas deixar de ser o mais novo deve ser ruim. é possível cair num sentimento de solidão difícil de contornar. e enquanto os mais velhos nunca deixam de ser mais velhos, os do meio têm de abdicar de certos privilégios e entrar definitivamente na terra de ninguém. eu também sou o filho do meio... e talvez aqui esteja as nossas diferenciações em relação a esta teoria. segundo os estudiosos, a posição de irmão do meio é talvez a que está mais condicionada pelo fator sexo. um irmão do meio que seja o único homem ou a única mulher terá a sua vida mais facilitada, pois o seu papel estará bem definido e a sua visibilidade longe de ser ameaçada. é o meu caso: irmã mais velha e irmã mais nova. já no seu caso: irmão mais velho e irmã mais nova. o seu esforço de afirmação seria bem maior e a conquista de um lugar demarcado na família um objetivo muito mais difícil de alcançar. Alguns conseguem-no. Outros ficarão para sempre a sentir-se apagados no meio da prole.

Olhe! a verdade é que tudo faz muito sentido, mas existe muita coisa que pode interferir. quero dizer tem tanta coisa que pode interferir, que seria impossível se estabelecer uma regra geral. pode até explicar alguns sentimentos que te assolam, mas não é o suficiente para aceitá-los e, principalmente, conformar-se com eles.

Por fim, segundo Nise Britto, uma estudiosa do assunto, “O filho do meio deveria ser o filho emocionalmente mais saudável exatamente porque foi criado com menos ansiedade, com mais experiência e mais acertos (...) os pais podem se distanciar um pouco do segundo filho e até ser um pouco negligentes em suas funções. E, por não serem tão vigiados pelos pais, os "segundinhos" acabam se tornando mais sociáveis, comunicativos, aventureiros, não gostam de seguir as convenções e admitem o erro com mais facilidade. Também são mais livres, idealistas, sonhadores. Por isso, podem ser taxados de rebeldes. E, quando chega o caçula, o segundo filho se torna o filho do meio, recebendo ainda menos atenção dos pais. O filho do meio no fundo se sente um pouco abandonado, como se suas necessidades não fossem tão importantes quanto às dos irmãos. Isso pode desenvolver nele uma atitude de independência desafiadora, e um desapego em relação às normas, às relações afetivas e familiares".

Essa teoria apresenta muitas variáveis... você pode ir pra onde quiser!!!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

sobre Batman Dark Night (dando uma de crítico de cinema...hehehehe)

acabei de assistir Batman Dark Night. assim, não sou nem um crítico de cinema, mas o que fizeram nesse filme foi brincadeira. simplesmente um dos melhores filmes que já tive a oportunidade de assistir. e os atores??? ah! os atores deram um show incrível.... o melhor coringa que já vi, o melhor batman, e o surgimento do Duas caras (fica até difícil de acreditar... a gente torcia para que ele nâo se deixasse corromper)...
mas a luta travada entre o Batman e o coringa!!! sensacional!!! sensacional!!!
eles se complementam... um depende do outro... é aquela velha história posta em prova... o mal só existe porque há o bem... e onde é possível saber onde quem irá vencer esta guerra?
a resposta está na espetacular cena dos barcos onde vilões e cidadãos(em barcos diferentes) dão a resposta... tudo depende do bom senso das pessoas... é preciso ter esperança... é preciso acreditar em alguma coisa... é preciso ter fé....
o filme envolve uma série de comportamentos paradoxais... egoísmo x sacrifício, a loucura x sanidade, a ordem x caos.... a medida que o filme se desenvolve aumenta o confronto entre a ordem e o caos.. até mesmo os heróis são postos em cheque... qual é o limite? até onde podemos ir? o filme nos dá uma resposta maquiavélica para o bem e para o mal... e os fins justificam os meios? será mesmo que a verdade, às vezes, não é o bastante? foi preciso escolher as armas...
a escolha foi uma mentira, um sacrifício em prol de um bem maior...
o filme consegue distorcer a nossa conduta moral... ela põe em cheque: verdade ou mentira? o que é certo? mais interessante ainda é que o filme consegue justificar a conduta de cada personagem... é fácil perceber tudo o que está acontecendo.... é fácil se envolver na atmosfera do filme... é difícil não se encantar com tal direção, tal obra...
e com certeza posso dizer, de todos os filmes de super heróis que já pude ver, nenhum foi tão bem retratado nas telas do cinema como Batman Dark Night... se bem que como o próprio homem-morcego afirmou não ser um herói, mas ser o que Gotham precisa....
Maquiavel estaria orgulhoso! pois não são os meios, são os fins.
Um filme maravilhoso!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Viva a amizade!!!!

acho que não é porque me divirto quando estou com eles, nem porque eles sempre vão me ajudar quando precisar. também não é porque eles me corrigem quando estou errado e me apoiam quando estou certo. não é porque eles me dão coragem nem porque eles me dão força. menos ainda porque eles tornam a vida uma bagagem mais leve, mais fácil de se carregar. talvez seja porque eles não conseguem rir das piadas que conto, mas se acabam de dar risadas da minha cara (eu não conto piadas!). pode ser também por causa das caronas, dos objetos emprestados, das colas em dias de prova, das contas de bar "rachadas". acho que pode ser simplesmente a convivência, mas aí lembro que existem de alguns que estão tão longe... vai ver que é porque a gente sente falta deles quando não estão por perto e nem se sabe quando vão estar... sei lá! pode ser tanta coisa como pode não ser nada disso. não sei explicar. é uma daquelas coisas que a gente apenas sente...

tanto tempo depois...

franzino, respirando com dificuldade, talvez não demorasse mais que alguns dias para ir (ida que significasse a libertação de todo aquele sofrimento) aquele corpo totalmente entregue, que já não funcionava mais. uma imagem impressionante! aquele tubo enfiado na sua garganta era assustador. depois do que vi não queria estar no seu lugar. eu não.
todo mundo sabe o risco, todo mundo sabe como acontece. e o que falta, então? por que será que tantas pessoas ainda são contaminadas? AIDS (Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida - SIDA) não tem cura. todo mundo sabe disso, mas todo mundo teima. a informação está aí pra todos. não se admite mais alguém dizer que não sabe como se pega AIDS.
talvez o que falte seja uma educação sentimental diferente desta posta. talvez as pessoas tomassem mais consciência se vissem o que eu vi: uma pessoa com HIV em seu estado terminal. já faz algum tempo... com certeza ele já se foi. posso dizer que eu tive medo. e como eu sabia exatamente o que era preciso para evitar aquilo, eu disse não... foi só nisso que eu pensei. não tive vergonha, nem dúvida. não. e sai. podia ser que desse tudo certo, mas podia ser que não.
ainda lembro daquelas curvas, mas a lembrança mais forte que ficou foi a daquele rapaz desejando a morte porque viver já era demais para ele.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

procura-se

um dia eu encontrei uma pessoa... quando eu a vi... ah! quando eu a vi - foi aquele instante mágico! eu fiquei olhando para ela que não me viu... pois é, ela não me viu. não satisfeito cheguei mais perto e comecei a encarar aqueles olhos (que curiosamente desviavam dos meus)... mas eu persisti... cheguei mais perto ainda e a chamei... ela não me ouviu. isso me pertubava cada vez mais e me deixava ainda mais confuso. Será que eu estava invisível? será que eu tinha falado baixo? ou será que ela realmente não me viu? eu acreditei naquilo que eu queria acreditar. e então, fiz o que achava certo: pulei, gritei, esperniei, clamei por ela. dessa vez não tinha jeito. finalmente ela olhou pra mim, deu um sorriso meio sem graça e saiu. não disse nada, simplesmente ela se foi... não entendi o que havia feito de errado......

outro dia encontrei uma nova pessoa... mais uma vez senti o coração sair pela boca... dessa vez, tomei mais cuidado. não fiz nada de espetacular. fui até ela, peguei em sua mão e a chamei para conversar... e num foi que ela gostou da conversa... tá certo que eu gaguejava um bocado, havia aqueles minutos de silêncio intermináveis, mas a conversa foi boa... voltei feliz para casa... e nos encontramos outras vezes... foi bacana!!! mas o tempo passou... ela também... a vida segue....

e assim eu vou... conhecendo novas pessoas, reencontrando outras, descobrindo algumas "invisíveis"... até que um dia eu encontre alguém... sem pressa nenhuma, mas sempre procurando... ah! esse alguém que não chega!!!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

vendo o mundo

é possível ver o mundo de várias maneiras... na maioria das vezes a gente insiste em procurar um ângulo mais estreito... o mundo é muito grande, nem todo mundo consegue perceber isso... insistir em olhar para o próprio nariz é sempre mais fácil... mas é possível exercitar, basta apenas você começar a olhar para os lados... olhe bem quem está do seu lado... olhe bem quem quer ficar do seu lado... pare de olhar para o próprio nariz! pare de olhar para o horizonte! você só vai cansar a vista!!! como você quer enxergar o horizonte se não enxerga o que está tão perto de você???? é isso! comece a treinar! olhe para o lado e veja quem sempre está ao seu lado... olhe para o lado! quem sabe não seja melhor olhar para o horizonte com alguém junto a você? quem sabe? imagino que você não deve ter visto o mundo desse maneira? pois, veja! mude seu ângulo visual e depois me diga.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

cada escolha é um dilema

interessante o rumo que a vida toma.... tudo muda o tempo todo... a vida surpreende a gente em cada coisa... acho que ano passado, mais ou menos por essa data, andava meio que perdido, procurando um caminho.... o tempo passou... e o que me desorientava antes já não me causa o mesmo efeito... percebi que finalmente passei por mais uma sala... o que me dói é perceber que ainda existem pessoas caminhando em círculos, fazendo disso o seu mundo, que vai ficando tão pequeno que antes era tão atraente para mim já não me é mais....´cada escolha é um dilema... e nem tudo é como você quer...

Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito...
Se o que é errado ficou certo
As coisas são como elas são
Sua inteligência ficou cega
De tanta informação...
Se não faz sentido
Discorde comigo
Não é nada demais
São águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe
Não olhe prá trás...
(Capital Inicial)